O cenário político de Viamão entrou em ebulição nesta semana. Movimentos estratégicos do Executivo municipal expuseram um racha cada vez mais profundo na base do prefeito Rafael Bortoletti (PSDB), com exonerações, quebra de acordos e substituições de vereadores suplentes por titulares.
Um dos fatos mais emblemáticos foi o retorno da secretária municipal de Educação, Márcia Culau (PSDB), à Câmara Municipal. No seu lugar, assume interinamente a pasta a professora Patrícia Barcelos.
Com o retorno de Culau, a suplente Duda Peres (PSDB) — que vinha atuando como vice-líder do governo no Legislativo — perde o mandato e retorna à suplência. Segundo bastidores, Duda teria perdido a confiança do prefeito, após divergências em votações e posicionamentos recentes, especialmente após a polêmica aprovação do empréstimo de R$ 27 milhões que rachou a base governista.
A movimentação ocorre duas semanas antes da eleição da nova Mesa Diretora da Câmara e também às vésperas de um pedido de abertura de Comissão Processante contra o vereador Thiago Gutierres (PSD) — aliado político do vereador Leandro Bonatto (PSDB), outro parlamentar que se afastou do núcleo duro do governo.
Nos corredores da Câmara, o clima é de tensão. Cargos ligados a Gutierres e Leandro Bonatto começaram a ser exonerados pelo Executivo, num claro sinal de retaliação e reposicionamento político.
A volta de Márcia Culau, figura de influência dentro do PSDB municipal, pode significar um reforço momentâneo na base do governo, mas também evidencia a instabilidade e o rearranjo constante de forças em um tabuleiro político cada vez mais imprevisível em Viamão.
