O ex-prefeito de Viamão, Nilton Magalhães, voltou ao debate público nesta semana ao rebater declarações da atual administração e demonstrar preocupação com o rumo das finanças municipais. Para ele, o pedido de empréstimo de R$ 27 milhões feito pelo governo Rafael Bortoletti acende um sinal de alerta e pode comprometer seriamente a arrecadação da cidade por mais de uma década. “Essa conta não fecha”, afirmou.
Segundo Magalhães, sua gestão encerrou o mandato com as contas equilibradas e com recursos suficientes para garantir o funcionamento da máquina pública nos primeiros meses do novo governo — algo que, segundo ele, foi atestado pela própria equipe técnica que hoje ocupa a Prefeitura. Ele cita que deixou resultados fiscais positivos, investimentos acima do mínimo constitucional na saúde e uma sequência de superávits que, em sua avaliação, comprovam responsabilidade administrativa.
O ex-prefeito estranhou que nomes que assinam o relatório final de sua gestão sejam os mesmos que, agora, afirmam haver dificuldades financeiras. Para ele, o discurso atual não condiz com os números deixados em 2020 e serve mais como justificativa política do que como diagnóstico técnico.
Além das críticas, Magalhães fez um apelo público para que a administração municipal “olhe para o para-brisa, não para o retrovisor”, defendendo que a gestão atual concentre esforços em soluções e planejamento — e não em narrativas voltadas para responsabilizar governos anteriores.
A nota oficial divulgada pelo ex-prefeito foi reproduzida na íntegra à imprensa e reacendeu o debate sobre transparência fiscal, endividamento e responsabilidade na condução das finanças de Viamão.
Leia a nota na íntegra:
Diante das recentes manifestações da gestão que nos sucedeu na Prefeitura Municipal de Viamão, vimos a público prestar alguns esclarecimentos, em benefício da verdade, e em respeito aos colegas de administração e à população viamonense.
Em nossa gestão, realizamos um conjunto de obras, programas e avanços estruturais que transformaram a mobilidade urbana, fortaleceram a infraestrutura, ampliaram o acesso à habitação, qualificaram o lazer, modernizaram a segurança e impulsionaram o desenvolvimento econômico do município.
Melhoramos os indicadores econômicos, pulando para a 5ª posição na arrecadação estadual e para a posição 56 no país. Crescemos a receita em quase 40%. Apostamos na responsabilidade fiscal, aumentando a arrecadação e a eficiência do gasto público. Investimos quase 23% na saúde, acima dos 15% constitucionais, viabilizando a compra do Hospital de Viamão, em parceria com o Governo do Estado.
Revertemos o déficit em 2021, com um crescimento da receita de quase R$ 230 milhões, em três anos consecutivos de superávit. Deixamos R$ 29,6 milhões de saldo positivo, mais do que suficientes para honrar os compromissos dos primeiros meses. O relatório final de gestão, aliás, foi apresentado pela pessoa que hoje ocupa a Prefeitura. Torna, assim, no mínimo estranha a necessidade de um empréstimo de R$ 27 milhões, que vai comprometer a arrecadação do município pelos próximos 10 anos. Essa conta não fecha. Além disso, existem outras alternativas melhores.
Entregamos uma Viamão mais forte, mais organizada e preparada para o futuro. Bastava manter a rota. E fizemos isso porque governamos como quem dirige um carro, olhando para frente, onde está o para-brisas, que permite a visão completa do que vem, é amplo. O retrovisor é apenas para ter uma noção do que ficou para trás, e, portanto, é pequeno. Quando se tenta inverter essa lógica, em nome da disputa política, a chance de não ir longe é grande.
Pelo bem desta terra que eu tanto amo, espero que a nova administração passe a focar mais no para-brisas e menos no retrovisor. Viamão merece!
Viamão, 21 de novembro de 2025.
Nilton Magalhães













