A Câmara Municipal de Viamão vota nesta terça-feira (16) a composição da Mesa Diretora para o ano de 2026, em uma eleição que promete acirrar ainda mais o clima político no município. O resultado tende a provocar desdobramentos relevantes, especialmente porque deve se confirmar a quebra de um acordo firmado no início da legislatura, que previa a presidência da Casa para o vereador Leandro Bonatto (PSDB) no próximo ano.
Atualmente, a Mesa Diretora é composta por Rodrigo Pox (Podemos) na presidência; Luisinho do Espigão (PSDB) como 1º vice-presidente; Thiago Gutierres (PSD) como 2º vice-presidente; Markinhos da Estalagem (AGIR) como 1º secretário — atualmente suspenso — e Felipe Almada (Progressistas) como 2º secretário.
Nos bastidores, o prefeito Rafael Bortoletti (PSDB) atua diretamente para tentar eleger a vereadora Michele Galvão (PSDB) para a presidência da Câmara. Michele deve deixar a Secretaria Municipal de Saúde, pasta que comandava, após enfrentar uma sequência de críticas relacionadas à condução da área. A articulação ocorre em um momento delicado para o chefe do Executivo, que enfrenta desgaste político e decisões judiciais desfavoráveis.
A Mesa Diretora é o órgão responsável pela condução administrativa e política da Câmara, composta pelos cargos de presidente, 1º e 2º vice-presidentes e 1º e 2º secretários. A eleição ocorre por maioria absoluta dos vereadores, podendo ser realizada por chapa única ou cargo a cargo, em votação nominal, respeitando a proporcionalidade partidária ou de blocos.
Após semanas de intensa movimentação política, aliados do governo avaliam que Bortoletti demonstra força e capacidade de articulação ao conseguir reunir diferentes campos políticos em torno do nome de Michele Galvão. Segundo informações de bastidores, o acordo já garantiria 15 votos, número que pode chegar a 16, caso o vereador Vitor Moreira assuma a cadeira.
Do outro lado, a oposição não conseguiu avançar na construção de uma alternativa competitiva. Mesmo com articulações lideradas por Leandro Bonatto (PSDB) e Thiago Gutierres (PSD), e com apoio político do deputado estadual Professor Bonatto (PSDB), não houve adesão de vereadores da base governista a um projeto oposicionista para a Mesa.
A votação desta terça-feira deve consolidar a nova correlação de forças dentro do Legislativo viamonense e aprofundar fissuras abertas desde os embates recentes envolvendo empréstimos milionários, comissões processantes e disputas internas na base aliada. Independentemente do resultado, o cenário aponta para um 2026 de forte tensão política entre Executivo e Câmara Municipal.













