A vereadora Michele Galvão (PSDB) foi eleita nesta sexta-feira (19) presidente da Câmara Municipal de Viamão, confirmando a quebra de um acordo político firmado no início da atual legislatura, que previa a presidência da Casa em 2026 para o vereador Leandro Bonatto (PSDB). O resultado da votação redesenha o tabuleiro político da cidade e aprofunda a crise de confiança dentro do próprio partido do prefeito afastado.
Mesmo fora do cargo por decisão da Justiça Eleitoral, o afastamento de Rafael Bortoletti (PSDB) não significou o fim de sua influência sobre os rumos da administração municipal. Ao contrário: a articulação que levou Michele Galvão ao comando do Legislativo é vista nos bastidores como uma demonstração clara de que o ex-prefeito não pretende abandonar o poder.
Com a eleição, Michele Galvão passa a ocupar uma posição estratégica no cenário institucional. Além de presidir o Legislativo, a nova presidente entra no radar da sucessão municipal. Caso sejam confirmadas eleições suplementares para prefeito em 2026, a atual configuração política indica que ela poderá assumir interinamente a Prefeitura por um período estimado entre três e quatro meses, ampliando ainda mais seu protagonismo.
Nos corredores da política viamonense, a leitura predominante é de que, apesar do afastamento formal, Rafael Bortoletti seguirá atuando nos bastidores, influenciando decisões, costurando alianças e mantendo protagonismo indireto na condução do município. A eleição de Michele Galvão reforça essa percepção e levanta questionamentos sobre os reais limites do afastamento imposto pela Justiça Eleitoral.
O episódio também expõe fissuras internas no PSDB local e agrava o clima de instabilidade política em Viamão. A quebra do acordo que garantiria a presidência da Câmara a Leandro Bonatto tende a gerar novos embates e aprofundar disputas de poder em um momento delicado para o município, marcado por crise financeira, instabilidade institucional e incertezas quanto ao futuro do Executivo.













